Natal é transformação

 Então é natal...

Embora vemos um homem de vermelho e barba branca, que incentiva que sejamos mais solidários, dando presentes aos amigos e aos menos favorecidos, não é dele que se trata o natal.

Super respeito a figura do papai Noel, não vim críticá-lo mas sim falar da pessoa que fez com que essa data se tornasse importante: Jesus!

Seus ensinamentos até hoje são incontestáveis mas embora muitos de nós insistimos em dizer que somos seus seguidores, não temos lhe representado corretamente.

Suas lições batem de frente com nosso ego, nos fazem olhar pra nós mesmos com mais atenção, é um convite à mudança de caráter. 

No evangelho segundo escreveu Mateus, capítulo 5 ele começa o sermão da montanha, e vai até o capitulo 7, ensinando como deveríamos viver!

Sinceramente, cada vez que leio o que ensinou me apaixono novamente... olho pra mim mesma e sinto uma necessidade ardente de me voltar ao seu amor.

E quem sou eu pra dizer onde é que você está errando? 

Quem sou eu pra querer corrigir seus erros, se Ele mesmo disse que primeiro devemos tirar  a trave dos próprios olhos antes de tentar corrigir nosso irmão...

As lições de Jesus são um chamado à autocorreção; uma sacudida em nosso ser; uma lembrança de que devemos nos observar cotidianamente.

Cabe a cada um de nós saber o que nos afasta de seu verdadeiro evangelho pregado todos os dias que viveu nesta terra para então dizermos que somos seus representantes aqui. 

Ainda falta mto pra chegarmos a ser parecidos com ele, mas eu almejo isso todos os dias.

Então, neste natal desejo de coração que Ele, verdadeiramente Ele nasça dentro dos nossos corações, promovendo mudanças em nossas atitudes.

Que não somente no dia 25 de dezembro, data em que escolheram para essa comemoração, mas a cada dia do ano possamos nos lembrar e viver como ele.

E que a paz que excede todo o entendimento, paz esta apresentada por Ele mesmo, encha os nossos corações de esperança para vivermos nesses tempos tão difíceis.

Jesus é o motivo do natal, embora tantas culturas adotaram para si, modificando isso ou aquilo, e está tudo bem!

Mas comemoremos nos lembrando do que Cristo compartilhou.

Natal é transformação.

Feliz natal!

Carinhosamente, 

Amina❤️

Relacionamentos nos aperfeiçoam?

Quando apresentei há alguns anos meu marido, a uma recém amiga, ela ficou encantadíssima. "Nossa, amiga, como ele é culto, como trata bem as pessoas, você é uma mulher de sorte!" 

Vocês não fazem ideia de como fiquei por dentro ao ouvir aqueles elogios... rs. Não sou boa com respostas imediatas, então, não consegui lhe dizer nada. Ainda bem! Porque não seria bom, nem prudente, e talvez estragaria uma amizade que eu muito estimo até os dias atuais. 

A situação me deixou bem intrigada, irritada e com ciúmes (nunca escondi que sou ciumenta a quem me pergunte rs), mas além de tudo isso, refleti sobre o caso e comecei a relacioná-lo com outras situações que fui presenciando. 

Lembro que quando conheci meu marido ele não era nada fofo, não pesava bem as palavras e magoava não só a mim, mas a muitos com quem se relacionava.

 

Estou falando dele porque foi quem recebeu o elogio, mas poderia falar de mim, e eu não era nada diferente, era tão arrogante quanto. 

Éramos bem jovens quando engatamos um namoro sério, e embora fôssemos bem inexperientes, queríamos muito ficar juntos, talvez seja essa a questão, quando queremos um ao outro, procuramos virar homogenia, mesmo de forma inconsciente. 

A verdade é que de longe somos mesmos mais bonitos, mas olhando de perto, assim, no dia a dia, a gente percebe todas as feiuras do outro; e acredito que em algum momento, todos os relacionamentos tendem a ficar desgastados. Nesta etapa muitos querem se afastar, mas quando insistem e se permitem a desafios, a relação passa a ficar mais bonita.

Já ouvi pessoas dizerem que os homens casados são mais interessantes, e o mesmo acontece com mulheres, então, por quê? 

Será que uma rotina complicada e compartilhada como a de um casamento pode nos ajudar a sermos pessoas melhores? 

Gente, eu penso que sim! É verdade que quando decidimos viver junto com alguém já é uma escolha maluca. Juntar duas pessoas que pensam diferente e que foram criadas com costumes diferentes? De longe se vê que vai ser muito difícil dar certo, rs.

Nos primeiros meses é quase impossível acreditar que isso possa vingar, mas quando realmente o casal insiste em viver junto, pode crer: acontece um aperfeiçoamento mútuo. 

Acredito piamente em relacionamentos, não só de matrimônio, mas também de amizades extremamente sinceras, como elas nos moldam!

No seio de um relacionamento rasgamos nossas verdades e falamos coisas que jamais diríamos a ninguém antes, o feedback é continuo, mesmo sem perceber, mesmo sem querer, a menos que não exista diálogo, mas aí a relação está fadada ao fim, porque nenhum relacionamento resiste à falta de entrosamento.

Numa amizade verdadeira se diz o que nem sempre o amigo quer ouvir, verdades que às vezes desestruturam nossos conceitos e é claro, machucam, também nos moldam.

A era atual é do indivíduo, tudo tem se voltado à individualidade, e isso é bom, até certo ponto, porque precisamos mesmo nos reconhecer enquanto pessoa, saber quem somos e o que queremos, para então nos unirmos a alguém.

O problema é que as vezes por estarmos tão individualistas, queremos, ao entrar num relacionamento, viver como se fôssemos sozinhos; isso não é somente errado com o outro, como também insano, é impossível nutrir um relacionamento com alguém que não quer se moldar ao compromisso e esse é um dos grandes motivos das frustrações.

Daí vão dizer: "ah... Mas não é porque tô namorando com alguém que tenho de deixar minhas vontades..." Claro que não devemos ceder à caprichos alheios, mesmo estes sendo da pessoa que amamos, mas no convívio com alguém precisamos a todo instante conversar sobre essas nossas vontades e ouvir as necessidades do outro.

Percebe que há relações em que só um cede? O outro sempre tem que fazer o que foi imposto, por vezes sem conflito. Nestes casos, penso que ninguém é moldado. O que cede não é "bonzinho", o que ocorre é, além de não usar seu poder de fala e estar se anulando não dá feedback ao companheiro, deixando-o também sem aperfeiçoamento. 

Conversando com pessoas que assim fazem, ouvi: "mas é tão estressante que eu prefiro deixar quieto", gente, que difícil! Essas relações são desgastantes, e podem durar décadas, até uma vida inteira de sofrimento. Os envolvidos às vezes passam por anos sob o mesmo teto, e aprendem  a conviver mesmo com as dificuldades.

Infelizmente nem todos os relacionamentos contribuem para que sejamos melhores, como por exemplo, quando você tem um relacionamento abusivo, tende a adoecer, retroceder, perder-se de si mesmo, entre tantas e tantas coisas ruins. 

Ocorre que em alguns, muitos de nós também é ou já foi abusivo com o parceiro. Abusos leves são muito comuns, e nunca devem ser ignorados. Muitos exemplos são tão rotineiros que podem passar despercebidos, mas devemos ficar atentos com o constrangimento, humilhação, controle, ciúme possessivo, privação de liberdade, entre tantas e tantas ações. Isto deve ser tratado. Muitas vezes o próprio praticante nem percebe que está cometendo o ato, daí também é necessário uma conversa constante. Há muitas formas de lidar com a situação e deve-se buscar ajuda profissional quando a conversa a dois não resolve, terapia é um do muitos caminhos.

Há situações que não podemos confundir com abuso, como o conflito, por exemplo, porque o casamento é em si mesmo, conflitante. O relacionamento que não promove conflito também não possibilita a mudança. Se você quer algo e seu parceiro quer diferente, no mínimo vocês tem um impasse, mas numa discussão, chegarão a um consenso. Talvez por isso também somos aperfeiçoados, a cada decisão somos levados a considerar o outro, a ouvir, a questionar, a permitir, a ceder, e essa atividade vai trabalhando nosso interior.

Foquei nos relacionamentos conjugais, porque acredito que são os que normalmente mais exigem da gente. Citei as amizades verdadeiras porque nossos verdadeiros amigos tem uma influência enorme sobre quem somos, e como agimos, conseguem nos colocar pra cima, nos dar lições sincera de vida. Não devemos esquecer das relações de pais e filhos... estas contribuem muito para a nossa estrutura emocional como um todo, quando ela é conturbada na infância podemos desenvolver problemas em diversos seguimentos de nossas vidas... 

Está a cada dia mais difícil de encontrar pessoas que queiram investir em relacionamentos, e isso devemos também à facilidade que a tecnologia da era presente nos traz. Conseguimos saber até sobre o Google, dá pra conversar com uma máquina que nos responde como se fosse gente, como é que vamos querer gastar nossos neurônios com pessoas que são indecifráveis e individuais? 

O universo de cada um é maior que qualquer coisa que conhecemos, e nem mesmo nós sabemos do nosso interior, investir num relacionamento é unir dois universos sem conhecer nenhum, e tentar respeitar o pouco que se sabe sobre eles.

 

Dito isso, como andam os seus relacionamentos? Tem trazido aperfeiçoamento? Será que você só cede? Será que só impõe? Sofre abuso? Será que o promove? Será que valoriza seus relacionamentos ou ainda quer viver sozinho mesmo dentro de uma união? 

São questões que devíamos nos fazer todos os dias e também olhar para nossos parceiros de estrada com mais carinho. A vida é como uma peça e cada personagem tem um papel importante, mesmo quando não está em evidência. Ninguém vive sozinho no mundo, então precisamos dar mais valor aos que caminham conosco. Assim vamos construindo nossas histórias.

Relacionamento é tudo!