segunda-feira, 3 de julho de 2023

Frozen: a vida real


(Contém spoiler)

"O medo faz escolhas onde o risco é menor"

Quando assisti Frozen pela primeira vez fiquei mto apaixonada. O amor entre as irmãs é algo mto claro no filme.

Amei aquela história, e como já era de se esperar, passei a compará-la com a vida real. 

Olhando mais de perto, a gente passa a ver uma série de semelhanças com a vida da gente. 

Separei aqui 3 observações que vou comentar a seguir:

Relacionamento com os pais

Os pais amavam suas filhas Anna e Elsa, mas quando descobriram algo diferenciado na vida de uma das meninas, não conseguiram ajudá-la a melhorar com sua condição. Deram a ela regras para que executasse, guardasse, e com isso, sem entender o que verdadeiramente tinha, Elsa passou a ficar com medo, e assim, o que era um talento, passou a ser o seu pior pesadelo.

Quando seus pais morreram a situação ficou ainda pior. Ela passou a ter medo de tudo. Sem orientação de como proceder no mundo sem eles, Elsa isolou-se completamente. Enquanto isso, Anna crescia só, achando que a irmã não a amava. 

As vezes como pais, quando percebemos que nossos filhos tem algo incomum, tendemos a deixar só com a gente, não é raro que alguns até escondam a questão, e sequer falem com a criança a respeito, criando assim, um grande tabu sobre o assunto. 

Os pais de Elsa e Anna queriam seu melhor, mas não estavam preparados para lidar com aquele dom. 

Talvez se fosse na vida real, poderíamos pensar que eles até queriam conversar com a menina, mas esperavam um momento mais propício, e nisso, as circunstâncias da vida lhes tiraram de suas filhas, e abriu-se então um grande abismo entre elas, e deixando-as completamente desnorteadas.

Ao assistir esse filme eu fiquei bastante reflexiva. Como erramos tentando acertar, né?

Por que deixar para amanhã a conversa que podemos ter hj? O amanhã não é nosso... Mas a responsabilidade de dar direcionamento aos nossos filhos, esta sim, é.

Para os pais, dom de Elsa poderia machucar a irmã, e por isso ela jamais deveria brincar novamente com Anna.

Por medo de machucar as pessoas que amava, Elsa passou a se afastar cada dia mais de tudo e de todos. 

O pai lhe ensinou algo que virou seu mantra: "encobrir, não sentir, não deixar saber", e quando num descuido ela não conseguiu controlar e tudo veio à tona, Elsa fugiu para um lugar onde pensava estar segura, não sabendo que havia deixado um rastro de frieza pelo caminho.

Fico pensando em como poderia ser diferente se os pais lhe orientassem, como teria sido lindo se em vez de tentar fazê-la esconder o dom, a fizessem domesticar seu talento... 

A ânsia de ter um relacionamento

Anna era a mais nova e nada entendia do que havia acontecido na infância, para ela, a irmã não a amava mais. 

Depois de bater e bater na porta dela por tantas vezes sem resposta, deduziu apenas que a irmã a odiava. Enquanto isso Elsa não sabia lidar consigo mesma, e tinha medo de vir a ferir novamente a irmã.

Trancada dentro do castelo por anos, tudo o que ela buscava era amor, e na primeira oportunidade que teve, não exitou, entrou de cabeça num relacionamento com um vigarista.

O oportunista Hans encontrou logo o que queria, e ao ver uma donzela tão carente, fingiu amá-la intensamente e ela acreditou de pronto.

Me faz pensar em como a falta de orientação nos faz confundir amor com carência. 

Anna não entendia a diferença entre amor verdadeiro e uma falsidade armada. Certamente a presença forte de sua irmã durante a adolescência teria lhe poupado desse sofrimento. Elsa era mais observadora, tanto que percebeu logo que não era amor coisa nenhuma.

A distância entre as meninas quase desgraçou suas vidas. Sorte foi Anna encontrar um amigo.

O amor verdadeiro 

Eu já vivi e vi pessoas acreditando em amores que não eram reais. Não sei o que é mais doloroso: acreditar no que não existe ou ver alguém a sofrer por algo irreal.

Quando a desilusão acontece, a dor é mto grande, há um buraco sem fim, e geralmente é qdo mais precisamos de ajuda.

Quando Anna está prestes a virar uma estátua de gelo, começa a refletir na profecia de que só um beijo de amor verdadeiro a salvaria daquela tragédia.

Ali ela já havia percebido que Hans era mal e que não poderia dar-lhe o beijo tão esperado, então, ela e Olaf buscam por Christofer, pois, descobrira que aquele rapaz que lhe acompanhara em sua jornada atrás da irmã, era um amor de verdade.

E nessa busca por encontrar o amado, vcs já sabem... Tudo desmorona. O encontro não acontece a tempo, e a linda garota vira uma estátua de gelo, como predito.

O mais maravilhoso vem, então!

Elsa chega, e vê a irmã estatizada. Chora amargamente abraçada a ela, na cena mais emocionante do filme, e aos poucos o coração de Anna vai voltando a bater! Eis aí, o amor verdadeiro!

Estamos sempre associando o amor verdadeiro ao ato romântico. Mas nós esquecemos que nossos primeiros laços de amor são (ou deveriam ser) dentro de família. 

Aquele abraço carregado de amor e tristeza salvou o coração de Anna. Mas e o beijo? O bjo não foi necessário! Pq o verdadeiro amor, o amor genuíno cura e ele não precisa ser romântico.

Amor de mãe, amor de filho, amor de irmão, amor de amigo, e sim, claro, o amor romântico, quando é amor, é curador.

Anna e Elsa se amavam, e esse amor era a maior cura que elas poderiam ter. 

Bjos e tchau!
















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